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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

EXPRESSO DO POLO NORTE



 
Em ambos os lados, 
matilhas apressadas disparam
sob os olhares absolutos dos Duendes

Estrelas de neve, estrelas da neve,
estrelas do sol que ora nos castiga,
que ora nos saúda 

(edu planchêz)
 

sábado, 28 de dezembro de 2013

Ao meu filho, ao teu filho, aos filhos de nossos filhos




Digo a Ícaro Odin:
filho, 
é na poesia que matamos a morte
Ele me ouve?
Se me ouvir, 
rasgará o chão 
de todas as paranoias 
e reinventará o seu andar pelo planeta;
na certa, terá os olhos de John Lennon, 
os dedos e o coração 
de Jimi Hendrix para destruir 
o anacrônico muro,
o velho ódio 
que dá origem a todas as guerras

Mas nesse tempo
em que os filhos não ouvem 
mais os pais,
é um emaranhado dizer algo,
ao meu filho, ao teu filho,
aos filhos de nossos filhos

Resta o imensurável vulcão
da alta criatividade
repleto de seivas e nécteres
para que eles,
nossos filhos, se banharem

( edu planchêz )

No Mato




Eu e meu filho atados a pedra
bem ao alto do Pontal 
dos Recreio dos Bandeirantes, 
ao Rio de Janeiro ancestral 
de Nicolas Durand de Vellegagnon,
as badeirolas das muitas nações,
a quilha e ao timão
da nau que sempre corre nos sonhos
dos que se entregam

Dentro da boca dos antigos canhões,
encontro o peixe, 
o crustáceo descendente 
da luz dos florões do novo velho mundo,
tudo isso, me leva a Olinda,
a Mauricio de Nassau,
ao ser que ora me encanta
emergida no mato

  ( edu planchêz )

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

COMANDANTE TICO SANTA CRUZ


O Comandante TICO SANTA CRUZ sempre esteve à frente de todas as compreenções, pra mim ele é Thê Guevara, o vejo assim, comungo profundamente com cada pingo do que diz. Eu como poeta extremo, confio sempre como Roberto Piva confiava que os meus versos tb possuem dinamite, abrem seus próprios caminhos, e os caminhos que eles abrem despixam as caras de Carlos Drummond de Andrade e pixam caras de longas línguas na cara dos que possuem caras que as caras do Severino que representa o povo brasileiro esmagado pelo sistema emburrecedor, que o Mago Glauber Rocha mostrou no magnifico programa "Abertura". ( Edu Planchêz )
Se é pra pensar, vamos pensar, abrir as janelas e as portas da visão privilegiada, as pessoas pixam a estátua de Drummond, eu mesmo me pixo e pixo teus neurônios com a tinta saída das coisas que toco, da visão panorâmica do mor mar de Copacabana que nos cospe nos olhos a reza orgânicas dos malditos poetas que somos, se vocês não devorarem livros, serão devorado pelos caninos da miséria dos que odeiam livros; mas como mostrar o que Manoel Bandeiras plasmou entre a vida e a morte? Parece que não escrevo para ninguém, na real, não escrevo mesmo, escrevo pra mim, e se escrevo pra mim, escrevo pra você que tb pisa o mesmo chão que nos lambe. 
( edu planchêz )

sábado, 21 de dezembro de 2013

O cinema que inventamos com os pés


A lua pratinada de Marrocos,
é a lua mais que nada do Rio de Janeiro
que carrega em sua cela,
as marcas amarelas,
as muitas pratas,
a certeza que lutar contra
a correnteza de um rio é uma luta perdida

Não existe nada por aqui,
penhasco da morte,
ou morte no rio,
penhasco da morte,
ou morte no rio...

Morte no rio,
entre as pedras e o trem de pura água,
entre o capim mimoso
e os narizes do chão

Longas e curtas visagens
do que é o morrer,
arrancar o olho vendado
e as inúteis medalhas

Penhasco da morte,
as praias que ocultas,
os móveis do pretérito
mais que perfeito
expostos na sala,
a minha saia, a tua saia,
o cinema que inventamos
com os pés

  ( edu planchêz
)

MERLIN


 
Merlin esteve conosco nos jardins
da casa estelar de Aladin...
colhiamos amoras,
e os textos escritos pelos escritores
do muito antes,
do muito antes de nasceres
para o que ainda não nasci

O vento da invenção
sustenta a vida do universo
usando nossas mãos
de redemoinhos

Merlin sem horas,
com todas as horas
para reinar na minha cabeça,
na cabeça comum a todos

( edu planchêz )

sábado, 14 de dezembro de 2013

Noite umedecida





Rosnando pelas tigelas, 
pelas taças da noite umedecida  
pelas claras dos ovos 
que encontro na potente vontade
de tingir o que ainda não tem cor

Corpo, corpo da vela,
dos véus que vestes
ao me ver,
ao descobrir que as formas
de teu rosto e de meu rosto,
representam a cosmologia
das esferas girantes
nos rostos gatos 
habitantes dos filmes
que retratam a lua
fase por fase,
sedimentada sob o lar
do umbigo 
de Billy Holiday querida

E o Jazz Blue se casa
de forma perfeita imperfeita
com a atual melancolia,
com a idade que tenho,
com os anéis que não tenho
mas Miles Davis tem

Afasto de bate pronto a porta,
a cara dos que tocam 
piano e sax explodem
diante de meus sentidos 
olhos e ouvido,
e nem nome tenho,
e nem horas para abandonar
essa visão de prazer extremo

    ( edu planchêz )



 


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O POP FLORESTAL está na água do chuveiro

 
O "POP FLORESTAL", está na água do chuveiro que vem do rio, da fonte, da cachoeira, da nascente, dos gotas dos olhos... O POP FLORESTAL treme no reinado dos minerais da terra que povoam nossos ossos, nas flores que são nossos pelos e cabelos. O POP FLORESTAL atiça com suas sementes vermelhas azuis, as serpentes de nossos amores sexos. O POP FLORESTAL, vem dos desenhos que o tempo e o vento fazem em nossas peles planetárias interplanetárias, cósmicas peles. O POP FLORESTAL desce em nossas mesas em forma de quitutes, de doces maravilhosos feitos por mãos maravilhosas. O POP FLORESTAL escorre nas veias do rock baião reggae de viola moda maracatu xaxado blue jazz, não possuí fronteiras, mas possuí ninhos, ovos, filhos, irmãos, mães e pais e mães e códigos de ética, educação, respeito. No POP FLORESTAL cabe tua mão e a minha, a minha boca, a tua boca, a boca que cospe pétalas sobre as cabeças de todos os viventes e avoados ancestrais espíritos aliados protetores dos que cantam e comem com os pássaros, com as abelhas, com os pirilampos inventores da noite, amantes do sol. O POP FLORESTAL sabe de tudo e não sabe de nada, arrebenta nas pedras, saltita nas peles dos tambores, nas cordas da guitarra e do violão, faz esse país Brasil universal verter fronteiras em porteiras escancaradas.            
            ( edu planchêz )

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

POP FLORESTAL




Metamórficas rochas 
vindas das profundezas 
das castigas que entoou
desde de criança,
desde quando

Fragmento-me,
em trilhos e rios,
em pontes abertas no meio
e nas extremidades,
na curva da literatura
das vezes que vou 
e não volto

Aos montes, aos poucos,
aos que não estão na simetria
e no viés

E você que fala,
e você que não...
toca no seixos 
trazidos pelas águas

Latente, efêmero,
oculto na minha, na tua voz,
nos meandros ( palavra que amo
e vivo a repetir),
parte do céu,
parte da Terra,
dos meus e dos teus

Ruas, cendeiros,
clareiras, picadas,
caminhos percorridos 
pela linha que o olho alcança 

   ( edu planchêz )