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sábado, 14 de dezembro de 2013

Noite umedecida





Rosnando pelas tigelas, 
pelas taças da noite umedecida  
pelas claras dos ovos 
que encontro na potente vontade
de tingir o que ainda não tem cor

Corpo, corpo da vela,
dos véus que vestes
ao me ver,
ao descobrir que as formas
de teu rosto e de meu rosto,
representam a cosmologia
das esferas girantes
nos rostos gatos 
habitantes dos filmes
que retratam a lua
fase por fase,
sedimentada sob o lar
do umbigo 
de Billy Holiday querida

E o Jazz Blue se casa
de forma perfeita imperfeita
com a atual melancolia,
com a idade que tenho,
com os anéis que não tenho
mas Miles Davis tem

Afasto de bate pronto a porta,
a cara dos que tocam 
piano e sax explodem
diante de meus sentidos 
olhos e ouvido,
e nem nome tenho,
e nem horas para abandonar
essa visão de prazer extremo

    ( edu planchêz )



 


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